sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Como o POKEMON GO vai diminuir a violência no Brasil.


Na quarta-feira 03/08 os lares, escritórios, restaurantes e bares do Brasil foram tomados pela mais nova febre que vem tomando conta do mundo da internet: o POKEMON GO.

O game, que traz de volta as centenas de bichinhos da fabricante de games japonesa Nintendo coloca pela primeira vez a funcionalidade da Realidade Aumentada em um uso massivo, com um número expressivo de usuários.

Para se ter noção, o joguinho já é o aplicativo mais baixado na Apple Store e caminha para o mesmo caminho nos dispositivos Android. Em tempo médio de uso, o aplicativo já beira os 44 minutos por dia, tempo similar a aplicativos já consagrados e inseridos no cotidiano dos brasileiros, como Whatsapp, Instagram, Snapchat e Messenger.

E o que esse jogo tem de tão bom assim??


A grande novidade é que além da já conhecida franquia de games e desenhos Pokémon e do carisma dos bichinhos virtuais, o game utiliza o sistema de geolocalização aliado à  já citada Realidade Aumentada.

Ou seja, para levar em frente a mecânica principal do jogo, que é capturar os pokémons, o usuário tem que ativar o sistema de GPS no celular, olhar no mapa e literalmente andar pelas ruas à caça deles. 

Sim, andar. Sair pela rua. Caminhar.

Me poupe. Tudo isso pra... caçar pokémons..?

É.

Quer dizer, também.

A utilização da geolocalização como mecânica de jogo vai além do simples ato de capturar bichinhos virtuais.

Estamos falando de um sistema que pode apresentar inúmeras possibilidades no mundo real, de interação entre as pessoas, diminuição do sedentarismo e inclusive ajudando a diminuir a violência nas grandes cidades.

Hã....? Tá ficando doido?

Calma, eu explico.

Estima-se que apenas nos dois primeiros dias no Brasil, o jogo já tenha sido baixado mais de 5 milhões de vezes.

Ou seja, 5 milhões de pessoas nas ruas correndo pra cima e pra baixo atrás de Pikachu e cia. 

E a tendência é esse número aumentar.

E muito.

Sim e como isso vai diminuir a violência?

Já sabemos há muito tempo que a questão a violência no país não se resolve apenas colocando um maior número de policiais nas ruas.

A resolução desse (sério) problema envolve inúmeras variáveis, como educação, políticas sociais, urbanização, boa iluminação e principalmente, ocupação dos espaços pela sociedade.

Praças com boa iluminação, grande movimentação de pessoas, cercado de estabelecimentos comerciais e de preferência também com policiamento são muito menos propícios a serem alvos de bandidos do que uma rua escura e deserta, concorda?

E aí chegamos ao Pokémon GO.

Imagine esses milhões de pessoas saindo de casa, caçando e jogando nos mais variados espaços como ruas, praças, shoppings, campinhos, paradas de ônibus, etc.

Por exemplo, uma das variáveis do jogo é que as pokebolas, utilizadas para capturar os bichinhos são limitadas. E quando suas pokebolas acabam, você pode comprar mais direto no app (sim, com R$) ou pode ir até uma pokestop, para pegá-las de graça.

Ou seja, o jogador vai ter que sair de casa mais um vez. E andar.

O pessoal vai é ter o celular roubado ou tropeçar jogando esse negócio.

Sim, é bem provável que ouçamos muitas histórias bizarras, assim como já vem acontecendo no mundo afora. As Equipes Rocket desse nosso Brasil varonil vão se apropriar indevidamente de muitos smartphones alheios e teremos alguns desavisados com o joelho esfolado por conta de uma pedra no meio do caminho (ou um geodude, sabe-se lá)

Mas lembremos que quem utiliza o celular é um ser humano. E culpar um jogo de celular por alguém ter caído num buraco é a mesma coisa que culpar o carro por alguém ter sido atropelado. 

A principal característica do Pokémon GO é a mesma que está animando os otimista e ao mesmo tempo levando outras mais pessimistas a enxergar  o game como uma verdadeira catástrofe: fazer as pessoas sairem às ruas.

Claro que a criação da Nintendo não vai resolver os problemas do mundo.

Exageros à parte, a idéia deste texto é fazer uma reflexão a respeito de soluções simples (e às vezes inesperadas) que podem ajudar a resolver uma pequena parte de um grande problema. Ao invés de esperarmos eternamente por uma grande e definitiva solução, mas que nunca virá.

A Realidade Aumentada chegou para ficar e daqui pra frente veremos cada vez mais utilidades sendo desenvolvidas a partir do formato do Pokémon Go. Estou extremamente curioso para saber quais.

E como a maioria das tecnologias disruptivas que vem surgindo nos últimos anos, ela trarão mais benefícios que prejuízos à sociedade. 

Quer você goste ou não.





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