Doação eleitoral de empresas: proibição é a solução?

Este ano teremos as primeiras eleições municipais onde serão proibidas as doações feitas por empresas a partidos e candidatos. Essa determinação do TSE vem resolver grandes problemas do sistema eleitoral brasileiro como caixa dois e corrupção generalizada, correto?

Mais ou menos

Claro que ninguém nega que as eleições brasileiras são um desperdício de dinheiro e que a preocupação é muito mais com a imagem do que com as idéias dos candidatos. Porém, a proibição de doação por empresas está longe de ser a (única) solução para o problema. 

Além de não eliminar o risco de as empresas usarem de má-fé e continuarem doando por debaixo dos panos, a proibição das doações pode trazer alguns efeitos colaterais.

Quem pode sair ganhando com  a proibição de doações por empresas?

Com as campanhas ficando mais "pobres", é natural que alguns candidatos saiam na frente, por diversos motivos. Vamos a eles:

1 - Candidatos celebridades

Como já são conhecidos do grande público, candidatos celebridades tendem a ganhar força nas eleições desse ano, mesmo sem fortes investimentos em publicidade. 

2 - Candidatos ricos

Quem tem um patrimônio forte, tem mais possibilidades de dispor de recursos próprios para investir em sua campanha, trazendo o risco de uma câmara formada apenas por representantes de determinada faixa de renda.

3 - Candidatos ligados a grupos

Políticos ligados a grupos, como igrejas, times de futebol, associações agropecuárias dentre outros,  também tem seu público cativo garantido sem fazer muito esforço. É natural que levantem um grande número de votos já garantidos de sua atuação habitual no meio.

A lei é boa, não há dúvida. Mas como toda nova medida, ela precisa ser posta em prática e analisada para saber se trará mais soluções do que novos problemas.

Há se conferir.

E você, o que acha?